quarta-feira, 25 de março de 2015

Meio perdido...perto do oásis



Meio perdido neste mundo
vagueio por entre escombros
De edifícios que são de outros.
Entre desperdício imundo
Encontro o apoio de teus ombros
e vou avançando aos poucos.
Chegamos os dois ao fundo...
esqueço o caos quando me lembro
Que falamos a medo e aos poucos...
Tudo é belo, feliz e fecundo.

Por momentos sinto o desassombro!
Perto do oásis ficamos loucos...

quarta-feira, 18 de março de 2015

Beijos teus

Teus beijos são de cacau
e com leite...que suaves!
Seja em pó ou seja em pau,
nunca há neles entraves!

Minha lingua irrascível
quando na tua bate
fica mais apetecível
e derrete o chocolate! 

Sei que já estais a pensar
Que por cá anda a paixão
Não! Apenas fica no ar
Que comer chocolate é bom!

Os beijos teus são assim
Um elo de ligação
Um meio para meu fim
de atingir teu coração...

Ficamos assim derretidos
Com as bocas lambusadas
Em chocolate esvaído 
Nas eternas madrugadas!

quarta-feira, 11 de março de 2015

Uma flor

Sinto que algumas vezes        
ultrapasso os meus limites     
nas minhas palavras corteses     
há muitas que são palpites. 

O  mais certo é o incerto    
fico atento ao que dizes     
porque o caminho mais perto  
faz criar-me mais raízes. 

Daquelas que alimentam
 a árvore da amizade   
e que também sustentam    
o tronco da felicidade.  

E com palavras que são   
as folhas feitas carinho     
que aveludam meu coração     
quando me sinto sozinho.  

Nesta árvore gerada
em jardins tão virtuais  
a orquídea é convidada   
e diferente das demais.    

O fruto esse será    
o que quiser o amanhã      
da minha parte estará      
onde o teu me lembrará

domingo, 8 de março de 2015

sábado, 7 de março de 2015

A RESSACA

A ressaca…


Ora cá estou eu nascido, crescido e envelhecido, de tal ordem que me recordo de coisas antigas com mais facilidade do que me lembrar do sabor  do bolo de aniversário...mentira, claro que é mentira!
Grande aldrabão havia de aparecer por estes lados...Bolinho de chocolate, pois claro "o melhor bolo de chocolate do mundo", convenhamos que não veio certificado da pastelaria que o tem registado em Algés...mas foi bom na mesma...
Lambusei-me todo enquanto me lembrava de todos vós e traguei umas copaças de Crémant, vindo das terras de Champagne, cést vrai!...bebi à minha e fiz um brinde à vossa saúde.
Meio entorpecido recordei velhos amigos que mais uma vez rebusquei na heteronomice do Melga 
(http://cantinhodomelga.blogspot.pt/2010/03/ressaca.html)

Depois de uma ausência es(forçada) ...em que há sempre alguém que sente a nossa falta sinto-me envaidecido pelos apelos e aconchegos que entretanto recebi.


Estou de ressaca, o que significa que houve uma overdose de qualquer coisinha que me afectou o psiquismo, ressentindo-me fisicamente com a sensação de ter sido em(rabado) enquanto o diabo esfrega um olho. Foi rápida a coisa, mas convenhamos que quando um gajo não tem treino fica ressentido…

“Acho bem que fiques off para essa gentinha que teima incomodar e invejar os outros...mas não o fiques para quem, como eu...nós, te quer bem.:)” (Nina)- agarrando na citação da minha amiga “Stora”” atafulhada nos meandros das inúmeras turmas, geradoras de inúmeros testes onde se denotam inúmeras incorrecções, que mais fazem lembrar aquela do 7 e 7 são catorze com mais 7 vinte e um, tenho 7 planificações mas não gosto de nenhuma…tomei a atitude que considero correcta, viajar… rumo ao Sul, Kapital claro!

Da janela de uma das casas da villa, observo o Tejo na grandeza da sua foz. A meus pés o Jamor. De quando em vez o troar de cc concentrados no motor da moto do Licas (o que este tipo gosta de motos, nem os trambolhões que tem dado o acalmam), muito gosta ele de dar gás por aquela marginal até ao Estoril…e agora até Mafra, pudera encontrou lá um amor.

Pequeno-almoço tomado e pés no caminho, desci a estrada da Costa atravessando os viadutos da Cruz Quebrada rumo à estação dos comboios. Sitio esquisito, mal cheiroso e sem perder de todo alguns dos habitantes que se sentem seguros a viver debaixo de pontes.

Entrei no comboio rumo ao cais do Sodré, algo receoso que me aparecesse alguma onda de limpeza de carteiras, porque o meu ar de snob bem trajado convidava a algum tipo de “limpeza”. Gunas, betos, muitos mugles e algo mais, os meus companheiros de viagem.

Viagem rápida e sem sobressaltos até ao terminal. Como gosto muito de circular à superfície não me apeteceu descer as rolantes para apanhar o metro.

Em jeito de passeio apeado e fazendo fé nas palavras “Então enjoy!!” (Gingerbread Girl) subi a rua íngreme até à Parisiense para encontrar um velho amigo que por ali anda há muitos anos. Um pastelinho e uma bica foram mesmo a calhar e porque tinha tempo controlado despedi-me, tendo logo ouvido “E nós vamos te esperar! Fica bem, volta logo! abração,”(Chica) e ainda “é assim mesmo!!é mm essa a atitude!! vai, vai espairecer e quando vieres vem visitar as nossas casinhas e comenta, ok??! :D” (Xaninha)

Mais meia dúzia de passos, pausados pelos semáforos, atravessei as movimentadas ruas e fui sentar-me com o Pessoa na esplanada, tendo ouvido de imediato “Bom descanso Melga!! :D”(Lala).

Até pensei que era ele que estava a falar comigo mas não e pensei:“Rise Above! Que é como quem diz... 'caga' nisso e põe ao peito! Não ligues a bocas da reacção! Bom descanso! “(Helga). Não é que o Pessoa estava a cumprimentar o funcionário do governo que se dirigia rua abaixo, no sentido da Assembleia da República, para entregar o PEC (Programa de Espremidela Contínua)!

Olhei em redor, ninguém me liga nenhuma… comecei a sentir saudades das palavras de uma amiga “Off...por quanto tempo? Olha que nós queremos-te aqui, vá lá! (MZ)

Ninguém, mas ninguém mesmo veio ter comigo, levantei-me desci a rua que se dizia ter mulheres bonitas, a cantada Rua do Carmo, muita mulher… mas bonita? Os cafés estragaram-me o gosto, só via iguais, isso mesmo, iguais às de todo o lado e eis que sou abordado por um anónimo “Olá cara, Você não seria melga,melguinha nem melguita!!! Devia ser mosca!!! A mosca anda sempre em cima da merd......
Ok “(anónimo) 

Porque será que nem na Kapital este gajo não me larga? Nem lhe respondi até porque as moscas pousam em qualquer coisa, até nas carecas dos Doutores, apenas pensei que prefiro continuar a ser Melga.

Um saltinho até à FNAC e perdido por música como sou, mesmo pimba, que me importa que me chamem chunga, aquilo é que passou a ser “Um bom fim-de-semana Melguinha. Adorei o som.”(…uma nota…)…perdi-me com uma nota…quer dizer muitas notas!

Perdi a noção do tempo e quando saí dali só pensava: “Gostei do "Podem picar mas nunca se esqueçam que... o MELGA sou eu!"... Ali o Anónimo deve de andar com o que se chama na minha terra de "falta de peso".Desculpa lá, mas tinha de mandar esta, já deves  saber como sou :) Ando a estagiar... E a namorar... E gozar esta vida que só serve para gozar e ser gozada, and that´s it :p Cá te espero... Havemos de ter mais "daquelas" conversas ;) (DeepGirl)

Conversas DeepGirl? Jinhos e coiso e tal porque não, o mundo tem que ser vivido como se acabasse hoje! Que o diga o meu colega J. Enes que num momento de loucura, ciumeiras e traições deu cabo da vida dele com o homicídio do M. Levy. Depois da pulseira no tornozelo esteve de condicional, mas a contas com acertos de justiça para se determinar ao certo quantos anos vai dentro, quer dizer, de recurso em recurso treze ninguém lhos tira, estragou a vida dele, por uma maluqueira ciumenta.

O tempo escasseava, tinha que estar na Gulbenkian rapidamente, táxi e é só pagar….duas de conversa com o taxista para ele perceber que eu sei para onde quero ir. Com mil diabos, confusão de rua, o desgraçado ficou com a mala do carro vazia, foi só o tempo de ir almoçar.

Fim do dia, regresso a casa, pastelinho de Belém no bucho, eléctrico de Belém até Algés e mais um doce na Nortenha (vou ficar gordinho vou, doce já era) onde estava à minha espera o resto da fa(melga). Tinha convite para ir até Alcântara mas fica para a próxima…gosto da noite mas menos confusa.

Computador em todo este tempo? Népia …só hoje, quando chego ao Norte, deparo-me com “Pois é Melga basta estar ausente uns dias e tu partes. Mas quem é que quer que sejas dos deles e ainda por cima te leva deste mundo? Não acredito no que estou a ler, aí não acredito mesmo. Volta rapaz e manda-os...passear.”(Brown Eyes)

Sendo esta uma conversa da treta serve a mesma para desopilar e ultrapassar a ressaca…é que sobre a overdose eu não falei…e continuo OFF…bem, agora mudou o nome para ON .

sexta-feira, 6 de março de 2015

Faço anos...venham daí esses parabéns!


Faço anos é portanto o meu aniversário!

Venham daí os parabéns...

Sei que não sou boa rês mas paciência foi o que o meu pai se esforçou e a minha mãe aguentou e pariu!

Muitos anos e fica-me a esperança de outros tantos!

Ei! Tu aí! Estás a dizer que não é possível porque serei mais do que centenário se isso acontecer?

Que queres, também reconheço que é uma missão impossível mas sinto-me: IMORTAL

quinta-feira, 5 de março de 2015

O silêncio de uma lágrima.

O silêncio de uma lágrima.


Silenciar é calar!

Silenciar é saber ouvir!

Silenciar é sentir!

Um desafio da Fábrica de Letras e os seus operários laboriosos agarram-se ao silêncio…

Silenciar é não comunicar!

Mas é motor de comunicação onde cada um expressa o seu sentido de silêncio.

Um corpo sofre em silêncio!

Outro corpo deseja em silêncio!

Dois corpos desejam-se, amam-se e permanecem em silêncio.

De um ternurento abraço surge um ser:

- Que corta o gemido silencioso mas perceptível de uma mãe;

- Que corta o nervosismo silencioso de um pai;

- Que potencia silenciosamente o sentido de vida dos avós.

Sair daquele ventre que o transportou durante a gestação:

É o rasgar de todos os silêncios:

- Do silêncio da fecundação,

- Do silêncio das mutações celulares,

- Do silêncio uterino apenas perturbado pelo bater do coração e pelos frágeis movimentos corporais.

Um simples mas importante choro e parece que o silêncio tem um fim.

Mentira!

Numa pequena lágrima permanece a expressão sincera do silêncio.

Durante toda uma vida essa lágrima estará sempre presente.

Crescemos com o silêncio de uma lágrima,

Reproduzimo-nos com o silêncio de uma lágrima.

Morremos com o silêncio de uma lágrima.

E, em silêncio, esperamos sempre alguém…

Que nos ampare aquela gota salgada que vai escorrer ao longo do rosto…

Calem-se!

Por favor fechem os vossos olhos!

Não ouvem o silêncio da lágrima?

Não sentem o silêncio da lágrima?

Com um sorriso, com uma dor, com um desejo, com muito amor ou saudade,

A lágrima aproxima-se em silêncio do cantinho dos vossos olhos…

Permaneçam em silêncio!

Ouçam e sintam o silêncio da vossa lágrima, Não a limpem

Deixem-na deslizar

E sintam nela o suave toque da ponta aveludada dos meus dedos,

Com o carinho e o conforto que vos transmito em silêncio.

A minha lágrima está aqui!

Ouço e sinto o vosso silêncio.

O silêncio das NOSSAS VIDAS

No silêncio das vossas lágrimas.

  
PS: porque as origens não se esquecem e estou a horas de "nascer" apetece-me repor coisas de um heterónimo apelidado Melga (http://cantinhodomelga.blogspot.pt/2010/03/o-silencio-de-uma-lagrima.html)

segunda-feira, 2 de março de 2015

Sei que estás aí

Há isso tudo o que dizes
e o segredo de um homem
Há por aqui um rosto
Que mendiga o teu olhar.
Há o sorriso numa boca
e no moreno da pele o toque.
Há uma voz que esvoaça
no adiar do eterno beijo
Aqui se faz um poema
Segredado por momentos
pois é comum o nosso lema.

Por isso amiga, tu és 
a imagem que não vejo
mas que sei que estás aí
pedindo o meu olhar
E quando sinto o teu sorrir
mesmo sem um tocar
no esvoaçar de palavras
que pra ti levam meu beijo
escondido em metáforas
até em tua praia naufragar...

Ai! Termina o meu desejo!
E deixo de respirar!