segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E com esta me vou…

E com esta me vou…


Farta-se uma pessoa de semear o Amor por tudo quanto é passível de ser semeado, espera desespera e não vê frutos, alguma coisa está errada…

“Todo o Amor semeado, cedo ou tarde florirá” (Raul Folerau)

…esperemos que assim seja!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O que vejo…

Do alto da minha cave


Vejo uma triste alegria.

Vejo um imposto que sobe

Mais um corte que arrepia.

Vejo um desgoverno rosado

Num governo que legítimo foi parido

Mas ferido de minoria,

Que ao durar asfixia.

Vejo uma oposição radiante

Pelo enterro constante,

De mudanças adiadas

Em campanhas prometidas.

Vejo inaugurações,

Autoestradas e TGV’s,

Pontes e aeroportos

Que se vão anunciando

Semana após semana,

Quem sabe se atolando

O povo numa barragem.

É Tua, a imagem que prevejo

É o lodo que antevejo.

Vejo Eurocratas famosos

Prontos para ajudar

A salvar-nos de mercados

Por eles, sabiamente criados,

Gerando endividados

Com juros de encantar.

É a água que vai juntando.

E os ideais afogando,

Perguntamos todos agora:

“Isto dura até quando?”

Que se passa que não vejo!

Sou cego, surdo e mudo?

Das virtudes estou despido?

Quem me dera,

Não ver o que agora vejo

Mas ver tudo o que desejo.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

São...os sonhos.

São
Ou foram?
Não, ainda São!
Desejos ardentes mas prudentes.
Porque seres vivos somos
E dependemos de um coração sentido.
Que bate,bate...e tantas vezes palpita
Quando a razão se ilude com um desejo imprudente.
Sim, são os neurónios efervescentes
que se esfregam de contentes
quando nas suas sinapses o desejo se excita!
Em mim, ninguem acredita.
Nem o tocar, nem o ouvir
Nem o olhar  ou o cheirar
e falta-me o paladar.
Juro... que isso me mete medo.
O perder os meus sentidos
e ver que afanosa se chega
a todos a solidão.
Que frenética, vai empurrando o desejo
para um ponto sem retorno,
qual poço fundo e medonho.
De onde só saí a gente
que se agarra num sonho!
São,
São os sonhos que nos trazem
o desejo e a imagem
mesmo que seja miragem
pra junto do coração
iluminando o caminho
que afasta pro deserto
a enfadonha solidão!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Banalidades do Ciclo

Que raio de tonteria me anda a atormentar



Sentir que as mulheres que conheço vivem de ciclos. Isso mesmo, ciclos.


Ciclo da ciumeiras “ o meu é só meu”


Ciclo da sobranceria “o meu é melhor que o teu”


Ciclo da inveja “ o dela é uma brasa”


Ciclo do acto sexual “Hoje dói-me a cabeça”


Ciclo da parvoíce” o meu anda com outra”,


Ciclo menstrual “ os homens é que deviam ter isto”…


Ciclos e mais ciclos.


Estas coisas também cansam e são muito inseguras, veja-se o caso dos Triciclos…é muito mais seguro andar de quatro do que de três, para já não falar de apenas duas…rodas, que fique bem claro.




Nota: isto é só para esquecer o FMI, o FSE, os QREN os PFDEFS…e a MOÇÂO, sendo que esta ultima é tal e qual a banalidade do Ciclo.



Fiquem bem!

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Momento…ou lamento

Neste Momento procuro desabafar, de mim para mim, com os outros e com ninguém.


Momento complicado este, o do desabafo.

Dizer tudo ou nada dizer é indiferente quando nos tratam indevidamente.

Gente egoísta, gente que apenas pensa nela. Gente que passa o tempo a falar de solidariedade mas constantemente virados para o umbigo. Gente que transporta o passado até ao presente para nos humilhar. Gente incapaz de perdoar. Talvez devesse dizer que gentinha a que nos rodeia. É o que temos e o que construímos, sim porque passamos algum tempo da nossa vida a construir torres de Babel que sabemos vão desmoronar-se um dia mas ignobilmente ignoramos e catrapus, ou catrapaz tanto faz, tudo nos cai em cima.

Apenas sei que não sou assim, como essa gente mesquinha.

Momento interessante este onde as coisas se repetem tal como a noite e o dia.

Momento degradante este porque gostava de gritar bem alto o que vai cá dentro e não posso.

Talvez afinal o defeito seja eu…talvez o Momento seja eu!

É isso… eu fui, sou e serei apenas um Momento, não para mim mas para os outros.

Então como diz o poeta talvez este Momento se acabe antes que ele acabe comigo.

“Foi um Momento”

“Foi um momento


O em que pousaste


Sobre o meu braço,


Num movimento


Mais de cansaço


Que pensamento,


A tua mão


E a retiraste.


Senti ou não ?






Não sei. Mas lembro


E sinto ainda


Qualquer memória


Fixa e corpórea


Onde pousaste


A mão que teve


Qualquer sentido


Incompreendido.


Mas tão de leve!...






Tudo isto é nada,


Mas numa estrada


Como é a vida


Há muita coisa Incompreendida...






Sei eu se quando


A tua mão


Senti pousando


‘Sobre o meu braço,


E um pouco, um pouco,


No coração,


Não houve um ritmo


Novo no espaço?


Como se tu,


Sem o querer,


Em mim tocasses


Para dizer


Qualquer mistério,


Súbito e etéreo,


Que nem soubesses


Que tinha ser.






Assim a brisa


Nos ramos diz


Sem o saber


Uma imprecisa


Coisa feliz.

Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"



Sentido, Memória, Incompreendido, Mistério, Brisa, Imprecisa, conjunto de palavras que nos trazem para uma vida que nos arrasta para uma outra, que se espera não seja um Momento…e muito menos um lamento.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Enigma… O que preciso….um sorriso.

Angustiado e um pouco cansado


Gela-me a alma, por instantes.

Preparado para a construção

Cimentada e armada até aos dentes,

Sofro aqui dentro do coração.



Faltam-me as forças porquê?

Arrependimento? Ou esquecimento?

Continuo a sofrer para quê?

Gosto ou não de viver?



Perguntas sem resposta,

Certezas e incertezas,

Bestialidades da vida!



Não, também sei dizer isso!

Sei que nem todos me escutam.

Porquê, sei lá, só eles o sabem.

Mas a vida é mais fácil num sorriso.

Preciso. É disso que preciso.