terça-feira, 31 de outubro de 2017

#HalloweensweetHalloween

Acordei cansado e sobressaltado!
Vi a bruxa má a esvoaçar
Subia e descia sem nunca parar!
Levantei-me logo ao piar da coruja,
Tropeço no preto de pêlo eriçado
Claro que é um gato...
Deixou-me assustado!
Logo de seguida, sob a escada passo.
Tanta travessura que sorte danada.
Acendo uma luz, ou duas ou três!
Surge uma doçura!
E o pesadelo?
Desfez-se de vez!


(Mariavaicomasoutras)

domingo, 29 de outubro de 2017

#caminhosdeumpassado

As folhas que caem
Como nós caímos
Pisados pelo tempo
São folhas que cobrem
Momentos vividos
Que não queremos mais
Por ficarmos feridos.
Já tudo pisado
E amarfanhado
Fica como está
Pertence a um
Passado.

(Mariavaicomasoutras)

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

#outonodavida

Um estrado de folhas
Repousa no chão.
Eu quero passar...
Piso-as ou não?

Estão já inertes
Com cor já pasmada...
Mas foram o manto
Que me protegeu
Num tempo em que o sol
A pele me tostava!

Um manto de folhas
Caídas no chão
Apenas me dizem
Que o Outono chegou!

Algumas eu piso...
Com todo o sentido.
Já que no rumo da vida
Também por ali vou!


(Mariavaicomasoutras)
#hojeapetece-mefalar

Hoje apetece-me falar de alguém!
De todos e de ninguém.
De quem pensa ser um detentor.
De quê? Da verdade! 
Do que haveria de ser?

Uns porque são jovens rebeldes
Outros porque já atingiram idade
De esquecer o que acabam de comer.
E é vê-los bem calçados 
Sapatos de tacão alto, todos empiriquitados
Sempre com os dedos apontados,
Mas manipulados pela razão que lhes convém...

É tanta a falta de respeito
Por falta de educação 
Fazendo corar por vezes 
Aquele ser controverso que é o camaleão!
Respeito senhores, respeito!
Pois é...os outros não têm razão!
Acabo como começo...
Hoje apetece-me falar de todos e de ninguém.
Claro está que falei de alguém!
Passem bem!


(Mariavaicomasoutras)

domingo, 22 de outubro de 2017

#verdooutrolado

Nas voltas que às vezes dou por aí
E quando te vejo deste recanto onde estou
Descanso por breves e lúcidos  momentos
Iluminando com intensidade a inconsciência
Que irá dar fluidez à formação da minha consciência.

Invadem-me então uns invulgares sentimentos
Fazendo com que o ver seja mais que observar,
Pois há um pulsar ali presente e que se sente
Formatado por diferentes e cíclicas gerações
Que permitem a abrangência das respostas sociais.

Quando a chegada a senior é a regra 
Quantas vezes confirmada por fatídicas exceções,
Transportam-se nas bagagens desta vida,
Que é bonita mas tão dura nas ausências, abandono e solidão,
Uma imensa carga de lacunas nos sofridos corações.

Resta agora a porta aberta por alguém que em equipa
Procura amenizar o lado invisível de quem sofre pela calada
Procurando na maior fragilidade das respostas
Dignificar todas as crenças e os valores 
De uma forma dedicada, honrada e abnegada.


(Mariavaicomasoutras)

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

#oporco

Naquela vara passeando em conjunto
Soltou em surdina breves grunhidos,
Ao saber que o seu futuro passa pelos enchidos
Ou quem sabe, por um naco de presunto.

"São sortes"- pensou baixinho
Realmente aquilo de ser suíno
Não encontra outro destino
Na permanente procura que faz com o seu focinho.

Quando encontra alguma pérola
Não a guarda na sacola
Pois destrói-a com os dentes.

Faz-me lembrar seres humanos
Demônios com cara de anjos
Que a legislar esmifram as gentes!


(Mariavaicomasoutras)

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

#conversaparalamentar

Miau!
Dizes-me tu ternurento
Enquanto ouço as notícias
De um país já em pranto!
Miau!
Repetes tu, que chantagem
Enquanto continuo a ouvir
Que há políticos sem bagagem!
Miau!
Repetes de forma arisca
Enquanto ecoa a habilidosa verborreia
Saída de uma boca sinistra!
Miau!
Repetes tu mais contente
Enquanto absorvo o pensar
De quem na república é o presidente!

Miau! Dizes-me tu!
Miau! Dizemos agora os dois
Que a miar nos entendemos
Neste diálogo em que os bois
Têm os nomes que sabemos!


(Mariavaicomasoutras)
#mordeduracanina

Rodeados de amigos ditos fiéis
Na nossa Terra peregrinamos
Entre enganos e desenganos
Quantas vezes indigeríveis!

Mas é nas curvas da estrada
Ou nas sombras do caminho
Que agigantam o focinho
E nos mostram a vil raiva instalada.

Por entre rosnas, uivos e latidos
Ou um ladrar que nos fere os ouvidos
Ficamos com a mente embaraçada!

No disfarce esses amigos se vestem
Mas sorrateiramente investem
E nos mordem pela calada!


(Mariavaicomasoutras)

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

#orato

Anda tudo atrás de ti
Roedor aventureiro
Porque não dizes aqui
Onde tens o mealheiro?

Eu não quero esses trocados
Que mostras a toda a gente
Quero os milhões endossados
Pra fora do continente!

Sei que por seres esguio
Vives à tua maneira...
Vai ser um bom desafio
Prenderem-te na ratoeira!


(Mariavaicomasoutras)

sábado, 14 de outubro de 2017

#raposa

És tão astuta e matreira
Nas tuas lides mundanas
Que quase sempre m'enganas
Com a tua brincadeira.

Sempre de algo sedenta
Com o focinho empinado
Procuras um descuidado
Porque a fome é violenta.

Quando àquilo que desejas
Infelizmente não chegas
Arranjas desculpas reles.

Tal e qual como os que dizem
E esquecidos se contradizem
"Não fui eu que votei neles!"


(Mariavaicomasoutras)

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

#esteaquidizqueoé

Mas que grande e alegre conversa
Entre os burros acontece
Que por vezes até parece
Que o "hi-ho"é uma lingua perversa.

Dizem uns tais estudiosos
Que o zurrar é uma arte
Que conduz pra toda a parte
O pensar aos mais vaidosos!

E pelo falar desses malditos
Convictos e pouco eruditos
A nossa cabeça esvai-se.

Só consegue entendê-lo
Quem lhe passa a mão pelo pêlo
E se arrisca a um bom coice.


(Mariavaicomasoutras)
#sextatreze

Numa vassoura sentado
Viajando pelo ar
Vi que a bruxa sem parar
Às escuras me deixava.

O gato preto, coitado
Vendo a lua esfumar-se
Miou tanto até cansar-se
Desfalecendo a meu lado.

De sal, arruda e incenso munido
Em frente ao espelho partido
Invoquei as vivas almas.

Espero agora o resultado
Deste feitiço salgado
Na maior das minhas calmas!


(Mariavaicomasoutras)

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

#nebulosidades

Veio o nevoeiro ocupar o amplo espaço
Pertencente aos domínios do campo de visão.
Reduz-se assim o valor da imponente e sã paisagem
Convertendo a quadratura da imagem
Na vulgar bazófia da narrativa provinda do jogador.

Nada há que nunca fique à mercê
Das nebulosidades imprevistas
Oriunda vá-se lá saber como e porquê!
Nem juiz que porventura das circunstâncias não decida
Tramitando a sua sentença em julgado...
Seja como for...são assim as incoerências irrecorríveis da vida.


(Mariavaicomasoutras)

terça-feira, 10 de outubro de 2017

#opesodaverdade

Nado e criado num antro de convulsões
Brotou aquele que num esperançoso dia
Se assumiu como sendo a garantia
De recuperar a verdade no reino das ilusões.

No seu doloroso e frágil crescimento
Onde a estiagem foi a permanente regra
Venceu por aquela chamada "unha negra"
Que acabou por não lhe garantir o sustento.

Assistindo a um esbanjamento permanente
Numa caduca náusea vai sorrindo lentamente
Deixando que a quimera se esvaia perante as dificuldades.

Irá o tempo dar-lhe um universo de razão
Quando tudo estiver arrasado pelo chão
No inegável peso transportado pela mais pura das verdades! 


(Mariavaicomasoutras)

#quarentaanosumavida

Quarenta anos se passaram na verdade
De um curso de enfermagem surpreendente,
Onde perdura mais que o saber a amizade
Que na airosa e colorida imagem se sente.

A vida transporta em si mil e um reveses
Não me permitindo estar convosco presente.
Mas como nas milhentas outras vezes
Sinto que não estive de todo ausente!

A todos deixo um caloroso e terno abraço
Recordo-vos com saudade e  emoção
Na certeza que há e haverá sempre um laço
Que nos une bem mais perto e dentro do coração!

(Mariavaicomasoutras)



segunda-feira, 9 de outubro de 2017

#deontematéamanhã

Ontem! Pensei em alguém...
E pensei bem!
Que a distância é o que une
O que a distância separa!

Hoje! Penso em mim...
E penso bem!
Que as horas fazem os dias
Que os dias levam embora!

Amanhã! Pensarei a última vez...
Pensarei bem?
Que hei-de chegar a partir
Porque a chegada é partida!


(Mariavaicomasoutras)

domingo, 8 de outubro de 2017

#amor(fos)#love(matches)#amour(llumettes)

Amor é fogo?
É fogo é!
Quando a nossa mente
Dá ordens ao coração
Para se atirar em frente,
Ligando a ignição!
Logo, logo incendeia
Como quando esfrego o amorfo
Na parte chamada lixa!
E quando se aproxima
A chama de um pavio
Num instante se faz luz!
Tal e qual ligar a ficha
Com os fios descarnados
Sente-se logo o arrepio
Pela descarga atingidos
Quando alguém nos seduz!
O fogo tem o seu perigo
E há quem saia queimado
Basta olhar para o umbigo
Esquecendo quem está ao lado!
Fala um carbonizado,
Neste poema de amor.
Umas vezes fui queimado
Outras... incendiado!
Mas sempre tenho aprendido
Que tem muito mais valor
Um Amor algo sofrido
Do que o falsamente vivido
Sem réstia de qualquer chama
E ausência de calor!

(Mariavaicomasoutras)

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

#nodiamundialdosorriso

S_onhar não custa
O_nde acordado se está!
R_aia pura a luz do dia
R_asgando da penumbra
I_lusões de uma vida diferente!
S_erenos assim ficamos
O_lhamo-nos..depois sorrimos!    


(Mariavaicomasoutras)

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

#mãoevida

De mão dada com a vida
Procuro sempre a saída
Que não queria de emergência
Apesar da impaciência.

A luz daquele pavio
Inclinado pelo frio
Fala comigo calada
Indicando-me a estrada.

Por ali segue o coração
Com a vida de mão dada!


(Mariavaicomasoutras)

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

#hádiasassim

Por vezes escrever um texto
Sem ferir certas vaidades
É como vestir verdades
Protegendo-as no contexto.

Vós olhai, vós reparai!
É uma expressão ativa
Que procura manter viva
A vida que por aí vai.

Há dias que são assim
Escrevo o que não devia
Mas que ninguém entendia
Por escrevê-las só pra mim.


(Mariavaicomasoutras)

terça-feira, 3 de outubro de 2017

#andaràvela

Mar!
Em ti navego sem rumo
Até ao dia em que encalho
Quem sabe se aí chego
A ter de ti saudosismo.

Mar!
Porque é que troças de mim
Nesta viagem tão curta
Com cada onda que assusta
Ou na calmaria sem fim?

Mar!
Sabes que a ti me entreguei
Velejando sem amarras
Nos braços com que me agarras
E sem ti nada serei.

Mar!
Em tua água espelhada
Refletem-se as estrelas
Promessas de coisas belas
Numa qualquer madrugada.

Mar!
Ao finar, vou-te perder
E tu a minha companhia
Levando à vela a poesia
Que escrita tu querias ver.


(Mariavaicomasoutras)
#trêsporcontadeaparências

Naquela ventosa tarde de outono
Fim de um dia de emoções
Alguém puxou de uns galões
Não abandonou o seu trono.

À frente, segue um independente
Logo atrás, com dimensões iguais
Caminham dois outros, desiguais,
Com pensar igualmente inteligente.

Escolhido pelo povo em absoluto 
Como já o fez vezes sem fim
Convence-se a humilde consciência
Que a cura está na independência!

Ao toque da sineta que escuto...
No absoluto de todas as paciências
Que a acção é demasiado impulsiva
Por conta de inúmeras aparências!


(Mariavaicomasoutras)