sexta-feira, 29 de junho de 2018

#olhem

Olhem!
Abram os olhos e digam-me
O que vêem à vossa volta?
O mesmo de todos os dias! - Dizeis-me
De uma forma tão pouco convincente!

Olhem!
Abram os olhos e vejam
Como tudo está diferente!
A começar pelo próprio dia! Quem diria?
Que é a mim que me falta a companhia!

Olhem!
Abram os olhos e sintam
O que sinto dentro de mim!
Porque estarei assim? - pensais que sabeis!
Como em céleres julgamentos vos precipitais!

Olhem!
Abram os olhos e calem-se
O improvável aconteceu? Porque sim!
Caíu o mito da diferença da idade. Verdade!
O Amor nunca se escolhe mas determina a saudade!

(Aníbal Panza)

quinta-feira, 28 de junho de 2018

#luz

Consciente das dificuldades da minha vida
Deixo que a negra e imprevisível inconsciência
De mim sofregamente se apodere e me apague.
Num ápice o mundo parece desabar
Libertando todo o genero de bafiosas poeiras
Onde qualquer pingo de inteligência acaba por se ofuscar.

Vão caindo em catadupa as nuvens negras
Na perniciosa escolha do mais fácil dos caminhos
Deixando antever o suicídio como a única saída
E a catarse emocional etilizada dos sentidos
Permite fazer da força um ignóbil fingimento
Que os trás a todo o tempo negados e reprimidos.

É então, que já no caos se acende a luz
De uma inteligência emocional que nos dá vida
Selando com as mãos de duas  luminosas estrelas
O pacto libertador de todas as emoções
Em que volto a ser o mesmo sem esconder
Que sou vulnerável, sofro mas apenas porque desejo viver

(Aníbal Panza)

quarta-feira, 27 de junho de 2018

#urgências
É um ato da maior inteligência 
A urgência do amor 
Produz um valor superior 
Na partilha de uma qualquer circunstância
Sempre que a entrega urge 
Na pura consciência das pessoas 
Sublimam-se todas as mágoas 
Numa química que emerge
Não há feromonas na razão 
Nem tão pouco afrodisíacos à mão 
Sempre que o apelo nos chama
Uma palavra, um sorriso,um abraço 
Um olhar, um perdoar, um dar espaço 
São a terapêutica correta de quem ama.

(Anibal Panza)

segunda-feira, 25 de junho de 2018

#adúvida
Temo perder o juízo 
Nos momentos de amargura 
Pois quanto mais se caminha 
Na procura de uma luz 
Mais a noite fica escura.
Não há estrelas nem luar 
Apenas há sobressaltos 
Nos trilhos já percorridos 
E quando o dia chegar 
Fundidos estarão os sentidos.
Nesta dura iluminosidade 
Que nos orienta o destino 
Na imperfeição do que é a Vida
Não há lugar para a verdade... 
Tal como nas roletas do casino 
Onde o prémio é sempre a dúvida!
(Aníbal Panza) 
#gostava
Gostava! 
Como gostava que o dia nascesse 
Sem nuvens negras a pairar no ar.
Gostava! 
Como gostava de dar um bom dia 
Sem ver que a ausência é assim tão fria
Gostava! 
Como gostava que o desejo 
Fosse concretizado à luz do dia.
Gostava! 
Como gostava que os amuos de quem ama 
Fossem somente o alimento de uma chama.
Gostava! 
Claro que gostava! 
Que a liberdade vivesse para além da eternidade.
(Aníbal Panza) 
#musicadavida

A vida toca-se a solo
harmonizada em conjunto
Quando os músicos se distraem
No ritmo do desconsolo
São esgotados os acordes
Termina ao som de um réquiem.

Essa é a secreta melodia
De um concerto tão díspar

Apenas porque os maestros
São os seus fiéis intérpretes.

(Aníbal Panza)

domingo, 24 de junho de 2018

#MÃOS

Por breves e arejados momentos
Mais do que benfazejos e merecidos
Alheios a vozes e aos seus lamentos
Sem demoras e algo destemidos
Unimos numa mesa nossos sentidos.
E ali, sem intrigas nem maldade
Fizemos aquilo que agora é sabido
Demos as mãos que diáriamente se conhecem
Com dedos que amigavelmente se cruzam
Destes seres que assim resplandecem
Vivendo a livre vida que merecem.

Além dos sorrisos estampados no rosto
Há puras energias que na amizade partilham
Lembranças que não terão nunca o seu fim
Sem se importarem se o inverno chega em Agosto
Ou em Janeiro há mais calor mesmo longe da fogueira.
Porque os amigos de verdade são assim
Puros, francos, sensíveis e intermináveis
Transformando o mais assombrado dos canteiros
Num jardim cujas flores somos nós simplesmente
Florescendo ao sabor de um grande amor
Recíproco, pleno e incondicionalmente.

(Aníbal Panza)

quinta-feira, 21 de junho de 2018

#silenciosperturbadores
Ei! Tu aí! 
Sim, Tu minha querida 
Que queres que te diga? 
Que a vida me castiga 
Numa espécie de tortura?
Não digo nada! 
Porque falar contigo 
É uma forma de entender 
Que tudo aquilo que não digo 
É o que me faz sobreviver!
Entendes! 
Assim calado me fico 
Por agora e para já 
Num silêncio cujo rito 
É sempre um breve até amanhã!
É! É a vida! 
A vida de um presente dorido 
Mas de consciência limpa e tranquila 
E de um amanhã que afinal é por todos desconhecido! 

(Aníbal Panza)
#bomdia

Abro os olhos no e em silêncio
É dia!
Voltou a calma que há muito não sentia!
É dia!
Passou a noite que me desfazia!
É dia!
Desvio o olhar para o calendário. Adeus primavera!
É dia!
Senti cá por dentro que chegou o verão!
É dia!
Sorrio e digo:
Bom dia!

(Aníbal Panza)

terça-feira, 19 de junho de 2018

#aespera

Será que algum dia a espera
Daquele que amando se definha
Se transformará num bem
Onde dois seres se reconhecem
E juntos para sempre assim ficam?

Pode que sim ou será não
A resposta dada a tal questão?
Que importa se agora é tarde
E a gélida morte se aproxima
De uma fogueira que apagada já não arde.

(Aníbal Panza)
#tempoaotempo

Maldito tempo que me revoltas
Numa espera angustiada
Sem qualquer compensação
Já que tudo fica por ti entregue
Nas mãos de alguém com coração
Mas despido do ardor de uma paixão.

Ferido no tempo eu fico
Como um pássaro preso  sem voar
Talvez que as penas incomodem
A liberdade de ao paraíso poder voltar .
Solto por isso as minhas lágrimas
Na esperança de me reencontrar.

(Aníbal Panza)

segunda-feira, 18 de junho de 2018

#onome

No teu nome vejo um poema
Que emerge do pantanal
E que sem te aperceberes
Transporta dentro de si uma energia brutal.
Contudo,
Só pela entropia se consegue
A mensuração sistémica
De tudo aquilo que nós somos.
Sim! O nome é simplesmente um adorno
Que nos foi um certo dia colocado,
Qual laço ou gravata com um nó
Ora perfeito,
Ora imperfeito,
Ora disparatado,
Ora absurdo.
Mas a vida é incomparavelmente
Uma maré de acasos e preferências
Por acaso,
Entre o adorno e a essência
prefiro sempre a tua essência.

(Aníbal Panza)

sábado, 16 de junho de 2018

#Porquê?

Porquê ?
Porquê tanta pergunta, porquê?
Se a resposta está à vista e assim se vê!

(Aníbal Panza)
#discursoentreamigos

Agora, neste simples encontro de amigos
Não quero deixar passar em  branco
A amargura, de alguns dos meus sentidos!

Consegui hoje chegar aqui
Através de uma dose de paixão
Tomara que o tempo me traga 
Asingela luz que abafe a escuridão.
Remando sempre inconstante
Indo à procura de uma paz
Não haverá portos sem abrigo
Auroras que não tragam amanhãs.

Mentiria se aqui calasse
As frustrações que carrego
Rasgam-se as minhas entranhas
Castigando o meu desejo
Impotente num simples concretizar
Abandonado e sem pernas para andar

Mas a vida traz inúmeras surpresas
Amor, amizade, alegria
Risos, encontros, desejos
Importante neste momento é discernir
Saídas para o futuro
Acompanhado algures por vocês.

Amanhã sendo outro dia
Nunca vos quero perder
Incrívelmente eu sinto
Beijando vossas faces de meninas
Agradáveis sensações de bem estar
Legitimando o meu dorido viver.

Perante este meu sentir
Apenas falta dizer
Obrigado minhas abenegadas amigas
Sois o sol da minha vida
E o fim  do meu sofrer

(Aníbal Panza)

terça-feira, 12 de junho de 2018

#aplausos
Quando me batem palmas 
Por um simples comentário 
Ponho os neurónios nas calmas 
Viro a ideia ao contrário 
E já de olhos fechados 
Agradeço ao emissário. 
Obrigado.
(Mariavaicomasoutras)
#Abelaeomonstro
Amanhece o dia sem pressas 
Na frescura das flores 
Sente-se a humidade de uma noite 
Fria, melancólica e desprotegida 
Por uma vida de promessas.
Paira um aroma virginal no ar 
De uma vistosa e jovem rosa 
Entre uma ou outra espalhafatosa 
Que duvidando da mão que a irá colher 
Da conversa é tenazmente temerosa.
E então se escusa a enfrentar o monstro 
Que usa e abusa do argumento 
Para do mundo não ter receio.
Vem! Perde o prejudicial medo que é teu 
Pois que o monstro não é um Romeu 
Apenas tem seu coração partido ao meio.
(Mariavaicomasoutras) 

segunda-feira, 11 de junho de 2018

#sonhos
Que energia me invade 
Seja de noite ou de dia 
Numa estranha melodia 
Que não condiz com a idade.
São sonhos diz o além 
Que nos transportam ao céu 
Onde coberto por um véu 
Está tudo o que nos faz bem.
Sonhos que despertam para a vida 
São os sonhos numa imagem 
Feita uma imagem de sonho 
Que curam a maior ferida!
(Aníbal Panza) 

sábado, 9 de junho de 2018

#EutanásiaeamortedaMaria

Esta Maria que aqui vedes
A sofrer porque está viva
Caminhando atrás da Luz
Deixa que seja a dor
A determinar o caminho
Que ao mais incerto a conduz.

Se com deslumbramento ela vai
Quase sempre magoada
E com outros ela vem...
É porque ao longo da estrada
Teve a vida amargurada
E sofreu com mais alguém

Mas os tempos vão mudando
Ainda bem que assim é
Deixando entrar a controvérsia
Pois ao querer morrer de pé
Numa opção que é a sua
Chama a si a voluntária eutanásia.

Tomo decisões como há poucas
De assumir uma outra dor
Por tudo aquilo que escrevi
E a Mariavaicomasoutras
Num humilde ato de Amor
Diz ADEUS e MORRE aqui.

(Aníbal Panza)
#calcanhardeAquiles

Como poderei eu renunciar
À tua presença constante
Se desde o primeiro dia
Em que ao mundo vim parar
Me deixas inquietante?

Eu sem ti perco o sentido
Tu sem mim ficas sem sombra
Apenas em sintonia
Há um momento enternecido
Sem um ponto de penumbra!

Tudo se torna tão simples
Quando há entendimento
Mas quero guardar pra mim
O calcanhar de Aquiles
Do nosso deslumbramento.

(Mariavaicomasoutras)

terça-feira, 5 de junho de 2018

#aprimeiravez
Na minha primeira noite de solidão fiquei com um problema nas mãos. 
Entre o sim e o não vagueiam dois corações. 
Estranho tão estranho eu sentir que o irreal acontece 
Enquanto o dia não amanhece. 
E agora? O que faço hora a hora? 
Não sei... apenas a força de um abraço me retempera se aguentar a incerteza de uma espera.
(Mariavaicomasoutras) 
#madrugadas
Meia-noite! 
Entro em casa 
Trago comigo a solidão de mão dada. 
Que grande desavergonhada!
Uma hora! 
Vagueando pela casa 
Há uma memória que me arrasa 
Piscando o olho à solidão.
Duas! 
Já são duas! No fanhoso do relógio 
Que por mais que uma vez 
Vindo a correr me diz: 
Liga....liga.....liga!
Três! 
Vês ! Podia ser tal a surpresa! 
Mas é possível que nao ouças, 
Tudo aquilo que te digo 
Sobre esses sonhos bonitos.
Quatro! 
Uff! Aguenta, que assim vais mais longe! 
O sonho não é enfadonho! 
É lindo! É fantasia! É carinho! 
E é amor tudo o que sinto!
Cinco! 
O coração bate forte, numa noite em que o tempo 
Impede na ponte a passagem 
Com um fio que é tão ténue quanto o é a interdição.
Faz-se então uma resenha 
De tudo o que ali foi dito 
Paira no ar sem castigo um intenso sentimento 
Nascido na madrugada mais clara 
Sem qualquer constrangimento.
(Mariavaicomasoutras) 

domingo, 3 de junho de 2018


#fantásticoéoburro
Não dormi de noite pois fui sacudido
Pelo movimento que  à  minha  volta
Quase sempre  pairava
Senti  penas oriundas das asas
De uma série de anjos
Espirrei e tossi deve ser alergia
Nunca pensei  que isso  acontecia.
Levantei-me,  sem demora
E logo me cravo nos chifres do demo
Roguei-lhe uma praga
Mas ele, teimoso, pensam que  desarma?
Pois sim, virou-se para mim
Encostou-me ao peito o agressivo  tridente
E com ar sorridente  aquele  chifrudo.
Deixou-me sem  fala.
Não  fosse  domingo dia do Senhor
A quem clamei ali numa prece
Neste  dado momento talvez estivesse
Assado no espeto rodeado de virgens
Pouco imaculadas pela sua desdita
E a ser  devorado por mil cães famintos
De uma raça maldita!
(Mariavaicomasoutras)

sábado, 2 de junho de 2018

#apogeueocaso
Envolto em mil mistérios 
Tento falar com as estrelas 
Todas elas são tão belas 
Rodeiam-se de assuntos sérios.
De tão fixo o meu olhar 
No esplendor do firmamento 
Deparo-me por momentos 
Com um estranho brilhar.
Isto que me aconteceu 
Será que foi por mero acaso? 
Não sei, pois chegou o apogeu! 
Confirmo depois do ocaso!
(Mariavaicomasoutras) 
#segredo

Temo de mim um desencanto
Neste desafio de um momento
Que não  me deixa noite  fora
Esquecer o que sinto  cá  por dentro.

Temerária a sombra de  mim foge
Qual raposa à  espera de uma presa
Pois que o passado assim  persegue
Quem com ele se senta à  mesa.

Eu ficarei sem mais  dizer da vida
Por não querer sangrar a ferida
Não porque  disso tenha medo

Somente não  gostaria  de perder
O que  aprendi um dia a conhecer
Mas  comigo permanece  em segredo.

(Mariavaicomasoutras)
#estranhasolidão
Sentado, calado, introspectivo 
Assim estou até sentir um arrepio 
Será que é por estar frio 
Ou será outro o motivo? 
Palavras pronunciadas pela escrita? 
Medo de Fantasmas ou de perder a razão? 
Há coisas que não se explicam. 
Claro que não... sentem-se completamente 
No rápido bater de um sofrido coração! 

Asfixiado, imobilizado atrás de um teclado 
Que nada me diz mas é o único 
Que nunca me deixou abandonado 
Deixo que o arrepio me trespasse 
Sangrando um incrível desenlace 
Nunca de verdade sonhado um dia 
Por um qualquer príncipe encantado 
Ou por uma bela adormecida 
Que de um frente a frente se arredia!
E assim em silêncio eu permaneço 
Até que a libertação logo aconteça 
Acabando um qualquer dia 
Por chegar à paz que então mereça 
De uma forma simples e real 
Bem longe da ilusão de uma louca fantasia 
Que naquela estranha solidão navegava 
Pois pensava que tudo já sabia 
Mas que afinal na realidade ignorava.
(Mariavaicomasoutras) 

sexta-feira, 1 de junho de 2018


#insonia
Talvez por ser o dia da criança
Caí no mundo real.
Aquele onde os sonhos
Transformados em pesadelos
Nos lembram que afinal
Há complexos medonhos
Voltas e mais voltas
Na imensidão de uma cama
Vazia e desmesuradamente fria
Por mais roupa que coloque
Não resulta porque o frio
Faz parte é de uma outra história.
Podia nem ser assim
Já que o pensar em mim
Não tem em si nenhum mal.
Porquê? Impõe-se a pergunta!
Talvez por ser o dia da criança
Caí no mundo real.
(Mariavaicomasoutras)