terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Carnaval…dos Feriados!

Tentei compreender um dia…
Serei de compreensão lenta?
Saber a distância que vai, do feriado obrigatório…
À concessão de uma dita Tolerância!
Tudo isto porque a Troika descobriu no meu país
Feriados em abundância!
É certo que uns senhores sendo na estranja doutores
A cobrar um bom pilim, dão de conselho aos patrões
Que a coisa deve ter fim!
Sentam-se todos à mesa e começam o festim…
Temos logo o dia um
De Janeiro pois então.
Não cortemos este aqui ainda estamos no primeiro!
Passemos ao Carnaval
Porque esse é lá p’ra Fevereiro!
Que diabo aqui está frio. Este é um caso raro.
Nem de feriado tem estatuto,
Nada de o cortar
Ao Rio vamos sambar!
E não sendo obrigatório, se este feriado marcar
Em qualquer fase do ano
Podemos mandá-lo ao ar!
O 25 de Abril, esse deixai-o ficar!
Que se manifeste o povo
Recordando o Estado Novo!
O quê? Primeiro de Maio? Dia do trabalhador?
Deixai-o também ficar. Vejam que em todo o mundo
Também teria que findar!
Chegados ao mês de Junho, valham-nos agora os céus,
Temos o Corpo de Deus!
Por que nos chamam de Demos, este sim pode acabar.
Quando chegares ao sepulcro
O certo é não o  encontrar!
Disseram que subiu aos céus para salvar dos pecados,
Alguns parecidos c’os meus!
Venha lá o 10 de Junho. O nosso dia da raça.
Que fique! Que fique! Que fique!
É o dia do discurso que gente nobre faz na praça,
Onde alguns se aproveitam
Para anunciar desgraça!
Ai Camões como eu percebo! Porque ficaste sem olho…
Eles falam, falam, falam…
E sou eu que os escolho!
No mês de Agosto um feriado? Dia de Nossa Senhora?
Acabemos já com este!
Está toda agente de férias,
Ninguém liga às nossas lérias!
Acreditam em mistérios? Nós sim! Virgens e sérios!
Cinco de Outubro, Oh! Não! Falar em Republica não queria,
Porque nesta troika temos
Monarquia em maioria!
Acabe-se! Acabe-se! Logo se vê! A Republica é uma doença
Vejam que é defendido
Pelo advogado Proença!
Vá lá, estamos em Novembro e depois só há Dezembro!
Em Novembro, todos os Santos!
Pensei que não houvesse tantos!
Este podia acabar mas algum tem que ficar!
Deixemos então ao Povo
Mais um dia para rezar!
Muito vai ter que pedir
Para da crise sair!
O dia um de Dezembro faz-me lembrar Espanhóis!
Quiseram independência?
Chamando-lhe Restauração?
Ai que o povo é tão crente
Que vem tudo ter-lhe à mão!
Não queremos acabar com este mas para acabar com outro,
Sinto-me pouco afoito.
Porque haveria de ter
Dezembro, o dia Oito?
Ah! É o dia da mãe!
Que fique, porque me dizem em todo o lado onde vou!
Que mãe, afinal só há uma,
Mas, desta mãe eu não sou!
Por isso quis o destino,
 Que no dia 25,de Dezembro outra vez,
Fazendo-se alguma luz, para os lados de Belém,
Nasceu ali um menino…
Cujo nome é Jesus!
De Nazaré! Digo agora! Não vale a pena assustar!
Acabemos com a história
Porque acabar com três
Será uma grande vitória!
E volto logo a pensar no diabo da distância
Que vai do obrigatório
À tal dita tolerância!
Acabar com os feriados para mim não faz sentido,
 A riqueza do país
Não está, nos feriados perdida!
Que engano meus senhores vocês fazem por sinal,
Nos vossos países tendes
Tantos como em Portugal!
Tretas! Tretas! e mais tretas! Vou gozar o Carnaval.
Antes que o mesmo acabe!
Por não ser obrigatório,
Mas um feriado afinal
Que todos os anos renasce!
No berço da tal distância…
Com nome de Tolerância!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

A minha rua!

Fim do dia!

Passo a passo,
Vou caminhando no espaço!
Espaço vazio e frio,
Numa tarde de inverno!
Inverno dos nossos dias.
Dias que a ti me levam!
No vazio do silêncio,
Silêncio de um corpo nu!
Nu pintado por artista,
Artista como és tu.
Tu ou eu, isso que importa?
Sinto o cheiro do teu corpo,
Corpo marcado pela vida,
Vida às vezes proibida
Proibida pela maralha!
Por ti eu vou caminhando,
Caminhando e avançando!
Tu bem sabes quem eu sou!
Sou um amor sofrido!
Sofrido por esperar,
O aconchego da voz!
Indo de mim para ti,
Nunca me canso de andar.
Pois eu sei que vou chegar
Não a esta, mas àquela
Àquela que é a minha rua!

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O que vejo em ti?

(dizem que o os combustíveis estão a subir porque 20% do petróleo passa pelo estreito de Ormuz, local de conflito)


Que vejo em teu olhar reluzente?
Que governantes fazem tua alma penada?
De filósofos estudantes a novos láparos passantes,
Todos oferecendo nada em nome das nossas gentes
Cada dia, Acordas mais pobre!
Muito mais pobre do que antes!

Tuas lágrimas, cristais salgados
Põem teu rosto húmido e luzidio!
Ao vê-las Sinto intensos arrepios!
Mas tenho náuseas e vómitos amargos,
Pois vejo que o meu país
Se perde em nomeações para cargos!
Ai! Como queria cortar este mal pela raiz!

Não sei bem se choras ou sorris…
Mas teu olhar me seduz!
Como as ninfas seduziram
Portugueses em Ormuz…
Terra que foi de um império… a meias!
Com sedas e especiarias
Em época de epopeias!

Estivemos por lá cem anos!
Construímos fortaleza,
Passamos com barcas cheias,
Mas não trouxemos petróleo,
Que hoje é a riqueza
A turvar muitas ideias
Geradas com safadeza.

Baixas os olhos porquê? Sim porquê?
Tens vergonha do que digo?
Hoje, Ormuz bem se disputa
Pelo Irão e Ocidente!
E Por causa dessa luta,
Ando muito descontente
Ao ver tantos sem abrigo!

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Quadras soltas…

Tenho na minha Pereira
Uma amiga de eleição
Quando chega à minha beira
Fico louca de emoção!

Sim, é para ti que eu falo
Que Sumarenta fruta dás
De esperar já tenho um calo
Na minha parte de trás!

Pereira, porque não vens
Ter comigo sem demora
Pões-me a cabeça nas nuvens
Com os corninhos de fora!

Bem te queria abanar
De modo muito ardente
E na tua fruta deixar
Minha marca de serpente!

Eu não sou uma cabrita
Mas estou preso no quintal
Puseste-me tão aflita
Mandaste-me pró hospital.

É curiosa esta rima
Angelicamente escrita
Passei pela tua prima
Anda sempre aflita!

O teu nome tu bem vês
Minha Pereira educada
Responde-me outra vês
Com uma luva calçada!

Beijoca deixo aqui
Muito quente e molhada
Ela é toda para ti
Desta amiga delicada!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Ca…droga de notícia!

Ah, meu grande Luis Vaz,
Que do vil metal falavas
Eras um belo rapaz
Que tais males adivinhavas?
Tu não discutias “pentelhos”
Sim, desses pêlos que circundam
Uns órgãos que não os olhos.

Gostava de ser assim,
Que os teus amores cantavas.
Não percebias de finanças,
Mas nos cabelos das musas
Onde teus dedos passavas,
E ao fazer mui belas tranças
Descrevias conquistas lusas.

Por todo lado eu vejo
“pentelhos” de velha gente
Que pouco valem ao lado
De nobres pêlos elétricos
Que me dão valentes choques
Tornando-me um indigente
No meio de seres patéticos!

Seiscentos mil vai ganhar!
E tanto povo a viver
Com fome e sem alegria!
Ai que praga a gente roga
A vilões tais como o Edu,
Que nem sequer um tal nome
Consigo eu pronunciar!

No reino de tais “amigos”
Havemos de ser felizes!
Para isso a minha arte
De os cortar pelas raízes!
Cantarei por toda a parte,
Não façam de nós mendigos
Cobertos de cicatrizes!

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Poesia!?

Poesia ao desbarato

Em tempos que são de crise
É como um amor ingrato
Sempre à espera do deslize.
Do que me fui eu lembrar
Do amor e desta crise
Juro que fico a pensar
Que não há amor que eternize.
As juras são sempre juras
Algumas vezes eternas
As coisas ficam impuras
Quando se abrem as pernas.
Tudo isto p’ra dizer
Que escolhemos um governo
Que em campanha abriu as pernas
p’ra nos levar pró inferno.
Tal e qual como o amor
Que de olhares foi alcançado
Se alguém lhe dá calor
Desfaz-se qual rebuçado!
Só nos restam os sabores
Nesta curta poesia
A crise traz dissabores
E o amor fantasia!
Detesto meus governantes
Temidos, pois são vilões
E suas leis infestantes
Que sacam nossos tostões.
Detesto os meus amantes
Profetas de ilusões
Oferecem-me diamantes
Mas destroem corações.
Desculpem esta mistura
Da crise e do amor
A primeira é tortura
E o segundo causa dor!