domingo, 15 de setembro de 2019

#dizeresdabruxa

Num momento de repouso
Diz- me a bruxa:
- Vou oscular teu pescoço!
Logo, pensei assim eu:
- Mas que bicho lhe mordeu, para me oscular desse jeito?
Deve ter algum defeito
Já que em mim só carrego
Paletes de estricnina!
Mas se o quer...
Logo ali eu me ajeito.

E sem um pingo de vergonha
Diz-me ao ouvido a bruxa:
- Só te dou um! Vai-te embora! Sem demora!
É que tenho a olhar pra mim
Dois olhos que me fulminam
E a ti bem te fascinam!

- Pareces bruxa e és!- respondi eu!
Como tal, nem te atrevas
É que o olhar que ali vês
São os olhos de Deus
E mandam-me para as trevas
Se me osculas outra vez!

( Aníbal Panza)
#Becosemsaída

Transporta-nos o acaso
A locais de fantasias
Onde batemos á porta
Sem um minuto de atraso
Na incerteza dos dias.

Somos aí confrontados
Com atitudes diversas
Aqui e ali pintalgadas
De prazeres incontrolados
No contexto das conversas.

Deixemos então fluir
Na ausência de complexos
As feromonas da vida.

A oportunidade irá surgir
Ficando os outros perplexos
Num qualquer beco sem saída!

(Aníbal Panza)
# Prazeres mentolados

P_erto de nós há um rio!
R_umando até á foz
A_legra quem o encontra
Z_iguezagueando na procura
E_terna de um amor verdadeiro.
R_espostas pouco lhe interessam
E_stá decidido a correr
S_aboreando a vida!

M_omentos há, de frescura
E_ntre as trocas de olhares
N_aturalmente direcionadas!
T_udo acontece mas nada por acaso...
O_bsoletas serão as ideias
L_onge de um qualquer coração
A_final o que esperavam de mim?
D_eixar para trás um cenário
O_nde os melhores sabores da vida
S_ão os prazeres mentolados?

Isso não!
Não sou otário!

(Aníbal Panza)[
Escrita a duas mãos por:
Aníbal Panza & Balthasar Sete-Sóis

AMOR SEM PRECONCEITOS

Fim de mais um dia.
Uma rua quase vazia e um cão, ansiosamente despreocupado, antecipa-se a um dono já desgastado pela idade, terna, que lhe levou a mocidade.

Para não variar, o sol permanece envergonhado atrás de uma nuvem negra e enviuvada.

Luto pesado aquele que acabará por apanhar, desfeito em lágrimas de chuva, algum transeunte distraído.

As duas sementes, essas já migraram à procura de sustento e, do alto de uma janela, alguém partilha um sorriso, esboçando agrado através de um firme e azul polegar em riste.

Para mim? Não! Não era para mim com toda a certeza!
E mesmo que o fosse, seria despropositado e desproporcionado. Seria um verdadeiro despautério urbano.

Autoimobilizado, permaneci, deixando que o tempo passasse numa espécie de espera, sem agora e sem futuro!

E o telemóvel ancorado no seu espaço, sem tugir nem mugir, irritava-me solenemente.

Para que serve este mono se nada nos diz?
Esperava o quê, a uma hora destas?
Marcianos?!?

"Vai mas é dormir porque tens o sono emperrado", disse de mim para mim, num tom sereno e palaciano.

Foi o que fiz, infeliz, mas de modo diligente, porque cão de caça não espera que a presa se venha meter entre os seus dentes.

Já em casa, caí no mundo real.
Um gato esfomeado, esquisito e completamente alheado dos meus problemas, num miar repetido, insistente e persistente, esperava-me, nervosamente, para que lhe saciasse o estômago, de modo rápido e obediente.

E no fim da noite, tudo se resumia a uma mesa vazia como há muito não se via e a uma cama desnuda, de lençóis enrugados e sem pecados.
Quem sabe se esperando por um par de namorados.
Que arrepio!
Será que aquilo que sinto é uma ponta de frio?
Não, não é! É a chegada de um amor sem preconceitos.

Derrubará ele esta minha poderosa e estranguladora solidão?
Ah, maldita seja, que não tem uma gota de compaixão por este meu pobre e triste coração!

© Aníbal Panza & Balthasar Sete-Sóis
Fim das Feiras Novas... não é um adeus é um "até já"
#Atéjá

Entre as margens de um rio
Na ponte está o seguro
Que ternamente as une.
Tal e qual como o presente
Consolida a ligação
Entre o passado e o futuro.

Entre o chegar e o partir
Mil coisas aconteceram
Todas elas são verdades
Deixando em nós a saudade
Onde as amizades superam
Qualquer contrariedade.

No momento de partir
É um "até já" que dizemos
Para amenizar a tristeza.
E ainda que leve tempo
Num novo voltar a vir
Sempre os sorrisos traremos!

(Aníbal Panza)
#AMARIADEPONTE

É nos teus olhos MARIA
Que encosto minha cabeça
E nos teus braços MARIA
Deixo que tudo aconteça.

Fomos às tuas Feiras
Que se chamam Feiras Novas
Levamos connosco as canseiras
E as nossas expectativas.

Essas canseiras eu calo
Pois a seu tempo as atendo...
As expectativas são boas
Pelo companheirismo estupendo!

Ah! Minha MARIA de Ponte
Gostámos de visitar-te
Por mais histórias que conte
Muito mais hei-de contar-te!

Se nos teus olhos e braços
Nos deixaste apaixonar!
É no maior dos abraços
Que havemos de aí voltar!

(Aníbal Panza)
#PONTEDELIMA

No Minho dancei o vira
Ao  som de uma sanfona
Mas foi em Ponte de Lima
Que libertei a energia
Ao sentir que é nas ruas
Que a gente se apaixona!

Assim se vai desbravando
O mundo do preconceito
Quem sabe, tudo ignora
Que não sabe, ora chora
Ora vai abrindo a boca
Dizendo coisas sem jeito!

Assim se sente o viver
Que converto numa rima
Assim descrevo o sabor
E o aroma do amor
Do que são as Feiras Novas
Da vila de Ponte de Lima.

(Aníbal Panza)
#mariquinhas

M_arcados pelo destino peregrino
A_o qual, num incerto dia chegaremos
R_ecusamos humildemente a vil tristeza
I_rradiando os melhores sorrisos
Q_ue connosco vão caminhando.
U_ns dirão: - "Que mariquinhas!"
I_mporta-nos lá, que o digam!
N_a vida de cada um, ao voar
H_á sempre altos e baixos a pairar.
A_manhã talvez descubram que:
S_orri melhor, quem melhor souber amar!

(Aníbal Panza)
#palavras

São singelas as palavras
Que a boca pronuncia
Mas profundo é o sentimento
Que todas elas carregam
Seja de noite ou de dia.

Por isso mesmo que vejas
A minha boca fechada
Sabes que dentro de mim
Há por ti um grande amor
Mesmo sem dizer nada.

Contudo as minhas mãos
Que não emitem ruídos
Mas pelos gestos te falam.

Escrevem ao teu coração
Desejos permitidos ou proíbidos
Que na minha boca se calam!

(Aníbal Panza)
#aesperarporti

Um gelado e um café
Um mundo de gente que passa
A saudade que aumenta
Entre um cumprimento que é dado
E um " Olá, como é que está?"

Entre figurinos padrão
E modas de ocasião
Vou esboçando palavras
Algumas manipuladas
Que a ocasião faz o ladrão.

Os segredos bem guardados
São a alma do negócio
Enquanto espero por ti
E mesmo que outrém chore
Há sempre alguém que se ri!!!

Podes vir...estou aqui!

(Aníbal Panza)
#VIANATRISTEVIANA

No nascer de uma criança
Há um choro
Sinal de vida
Início de um respirar!
Eu choro por ti VIANA
Por te ver a definhar!

Ai que tristeza me invade
Quando sinto a saudade
De quatro dias enérgicos
Da Sra d'Agonia
Rápidamente impotentes
No pulsar do dia a dia!

Fico assim a olhar pra ti
Na iluminação ofuscada
Apagada
Que não serve para mais nada
E apenas me faz dizer
Viana triste Viana!

(Aníbal Panza)
#nadaaconteceporacaso

Como é estranho
Este sábado de agosto!
Lá fora
O vento
Que arrasta o sentimento!
Cá dentro
Apenas e só
O pensamento!

Como estranho
A tua falta
Que a todo o momento retrata
Os flashes de um olhar!
Terno
Profundo
Que o meu coração assalta
Porque me deixas entrar!

E entre o nascer e o sol pôr
Há um abraço e um beijo
Que definem o amor
Que aqui e agora extravaso
Porque mesmo no sabor,
Nada acontece por acaso!

(Aníbal Panza)
#ospoemassomosnós

Olho-me no espelho
Vejo-me
E revejo-te!
Os contornos estão ali
Aos olhos de todos
Mas, tal como no mais belo dos poemas
Ninguém vê em mim
O que vejo em ti
Quando estamos sós!

Porém, igualmente
Tu vês-me assim
Sem que os outros
Descubram
Vagamente a poesia
Presente nos nossos sentimentos
Pois que os momentos
Apenas são para nós...
Sempre que nas entrelinhas nos lemos
Como os argumentos dos poemas.

(Aníbal Panza)
#vianaéamor

Em noite de serenata
Fui passear no jardim
Procurava a candidata
Com um odor de jasmim.

Numa atitude sensata
Fui apurando o sentido
Com uma postura inata
Que carrego envaidecido.

O meu corpo estremecia
No ribombar estonteante
Do belo fogo que via
Ao longo da velha ponte!

E numa incrível surpresa
Entre imensos reflexos
Vejo uns olhos de princesa
Que me deixam perplexo.

Fiquei logo prisioneiro
Daquele olhar matador
Que me disse qual letreiro
Sou Viana o teu Amor!

Acabou! Fez-se silêncio!
Na multidão te perdi.
Vou fazer um sacrifício
Até ao próximo ano e voltar a ver-te ali.

(Aníbal Panza)
#océueospássaros

Dizem que o céu
Terá sido uma obra de Deus
Para justificar os pássaros
Que esvoaçam livremente
Como voa o coração
Quando liberto na mente.

Assim se sente quem ama
Sem um qualquer preconceito
Sorrindo sem qualquer véu
Depois de ateada a chama
Abre as asas planando
Na imensidão do Céu.

Ainda que o vento perturbe
O nosso voar encantado
Como os pássaros assim somos
E nesse voo nós vamos
Onde melhor nos sentimos
Sempre que nos amamos!

(Aníbal Panza)
(com um agradecimento especial à repórter fotográfica ❤️😘)
#romariadaSrad'Agonia

Disseste-me naquele dia:
"Vamos à Romaria
Da Sra d'Agonia,
Porque quem gosta vai
E quem ama
Por lá fica"

Por isso vim!
E em mil recantos fiquei!
Foi assim que me encontraste
Numa pequena espera
Onde tudo eu senti!

Inclusivé...
Que a abençoada Romaria
Não é a mesma coisa
Sem ti ❤️!

(Aníbal Panza)
#umdiaalgumdia

Um dia,algum dia
Quando,não interessa
Seremos capazes de algo extraordinário
Ou extraordinariamente primário
Quanto o é ver a mesma peça
Quanto o é ver o mesmo cenário

É como se de teatro se tratasse
Mas que de teatro nada tem
Apenas um desencontro de almas
Perdidas entre as palmas
De quem apenas se quer bem

Veremos a mesma obra
Quando lermos no mesmo tom
Quando escrevermos na mesma cor
E percebermos o quanto é bom
Saber também ouvir amor!

Nesse dia,um dia destes
O texto será o mesmo para os dois
O enredo será um só
E,aí,seremos apenas nó(s).

(Tomásia.08.2018)
#astuasmaõs

As tuas mãos
Tão aveludadas
Carinhosas
Formosas
Percorrem teu corpo
Nas rotas do linho.

Quando em mim tocam
Exultam-se os sentidos
Numa benção divina
Onde o paraíso
É um céu sem limites
Com sabores conhecidos!

Sem qualquer segredo
Sente-se um toque
Enquanto se entrecruzam
As mãos dedo a dedo
Num longo acostar.

Porque as tuas mãos
São onde as minhas
Sempre querem estar.

(Aníbal Panza)
#chuvas

Cai a chuva
Sobre ti
Sobre mim
Sobre nós
Não molha
Naquele encontro a sós!

São gotas
De água pura
Cristalina
Algo fria
Mal se sentem
São suaves pétalas de flores!

É mais forte
A outra chuva
De palavras
Íntimas
Intensas
Traduzidas na ternura de um olhar!

Assim ficamos
Amamos
Beijamos
Abraçamos
Ninguém passa
Se passar, surpreendida irá ficar!

Se chovem
Água
Flores
Palavras...
Que importa?
No Amor não há chuvas inoportunas!

(Aníbal Panza)
#eueoespadarte

Foi na lança do espadarte
Que viajei sem temor
Na companhia de um Amor
Que comigo se reparte!

Foi uma fácil viagem
Longe de qualquer disputa
Por isso não houve luta
Nem perturbação de imagem.

Entre mim e o animal
Tudo poderia acontecer
Bastaria um só querer.

Mas o que se passou na contenda
Ficou em segredo na tenda
Não me chamasse eu Aníbal!

(Aníbal Panza)
#Diadeagosto

Serve este dia
Tristonho
Carrancudo
Entediado pela chuva
Para dizer com carinho
Que o amor
Nunca acontece sózinho.
Chega sempre
De mansinho
E quando, com o tempo viaja
Docemente
Ternamente
Até aos confins do mundo
Sinto
Exclamo
Agradeço
A essa fonte de vida
Que és tu
Quando de forma
Repetida
Decidida
E tão incisiva me dizes
Com fervor
Que eu sou o teu Amor!

(Aníbal Panza)
Para ti minha filha Teresa Panza❤️
#10/08/2019

A cada ano que passa
Numa onda colorida
De trajes, luzes e gentes
Vamos assim desfilando
Num caminhar consciente.

Por entre tantos corações
Nesta princesa do Lima
Que é Viana do Castelo
Há alguns que me preenchem
De uma forma  singela.

Numa atitude insuspeita
Um deles, sabes que é o teu
Que está no meu diário
E sempre perto do teu.
Na romaria da vida.

(Aníbal Panza)

Parabéns ... Feliz aniversário