terça-feira, 31 de julho de 2018

#paraquem

Para quem não sabe ler
Para quem lê o que escrevo
Mas ao ler nada fica a entender.
Para quem se incomoda,
Para quem julga as minhas publicações,
Para quem das suas novelas faz novelos
Para quem tem dores nos cotovelos,
Para quem ironicamente
Diz gostar de poetas
Mas tem atitudes patetas.
Para quem se preocupa
Com quem apareço nas fotos
Para quem faz das idades
Balizas e barreiras geracionais
Por pensar que somos todos iguais.
Para quem se mete na vida alheia
Quando tem a própria vida repleta de traições.
Aqui fica este meu escrito
Ajoelhem e com a mão na consciência
Rezem algumas orações...
Porque esgotei a paciência
Tenho dito! Repito, tenho dito!
É mesmo isso que está escrito!

(Aníbal Panza)

sábado, 28 de julho de 2018

#oquepodereidizer

Que mais poderei dizer
Para evitar sofrimento?

Querem os deuses ou não
Que permaneça em silêncio?
É forte a interrogação
Quando o coração nos trai
Porque há respostas que tardam
Na razão que nos retrai.

Que mais poderei dizer
Para evitar sofrimento?

Tudo é questão de tempo
No apelo dos desejos
A espera é um desconforto
Mas debita energias
Que se vão acumulando
Mesmo nas horas sombrias.

Que espécie de sofrimento
No dizer poderei ter?

(Aníbal Panza)

segunda-feira, 23 de julho de 2018

#festivais

Quando ao cair da noite
Numa suposta onda folclórica
Onde olhares e afetos se entrecruzam
Há igualmente seres errantes
Que cabisbaixos
Apesar dos acordes melodiosos
Arrastam dentro de si
Ideias de formatação fantasmagórica!

Batem-se palmas
Fazem-se fotos
Comentam-se pormenores mesquinhos
De tremenda e sarcástica infantilidade
Sem atender às almas
Friamente acantonadas
Por uma nova e religiosa vaga
Com tantos infiéis nos casais devotos.

Na companhia de muitas palavras
Insignificantes algumas
Portentosas e emotivas outras
Vou viajando no tempo
Num sentimento misto de dor e raiva
Segredado em horas loucas
Por amantes eternos
Numa relação fruto de um contratempo.

(Aníbal Panza)





domingo, 22 de julho de 2018

#oabraçolivre

Por momentos
Pairam na minha cabeça
Sentimentos medonhos...
Ai os sonhos!
A floresta é sombria
Sempre cheia de tormentos.
Paralisado ali fico esperando que algo aconteça.
Ai os sonhos!
Que perdidos como eu também se encontram.
Porque a vida não é fácil
Embora por vezes pareça
E sem contornar os obstáculos
Sempre a vemos linear.
Ai os sonhos!
Liberta-te é a palavra
Abre os braços
E com um "V" de vitória
Um abraço vamos dar!
Achas que é pedir muito?
Apenas basta sonhar!

(Aníbal Panza)

quinta-feira, 19 de julho de 2018

#Oteunome
Como é macio o linho 
Onde bordei o teu nome, meu amor!
Mentiria se deixasse 
Que mais alguém te tocasse 
E assim te machucasse 
Não deixando que eu te amasse.
Como é macio o linho 
Onde bordei o teu nome, meu amor!
A agulha dos bordados 
Por entre os fios cruzados 
Diz aos nossos olhos recados 
Com mil e um significados.
Como é macio o linho 
Onde bordei o teu nome, meu amor!
Recordo com incontida agonia 
Aquele célebre dia 
Em que ver-te eu não podia 
Por falta de ousadia.
Como é macio o linho 
Onde bordei o teu nome, meu amor!
Contigo eu fui crescendo 
No sair de um sonho horrendo 
Onde me fui convencendo 
Que no bordar há o aprendendo.
Como é macio o linho 
Onde bordei o teu nome, meu amor!
Inclino-me aqui e agora 
Nessa peça sem demora 
Porque a vida está lá fora 
De uma forma encantadora.
Como é macio o linho 
Onde bordei o teu nome, meu amor!
Apenas guardo um lamento 
Que pulsa a todo momento 
Nesse coração sedento 
De um intenso acasalamento!
Como bordei no linho 
O teu nome tão macio, meu amor!
(Aníbal Panza) 

terça-feira, 17 de julho de 2018

#sorrisomilenar

O nosso conhecimento é curto
Mas tão certo na incerteza
Que ao chegarmos mais longe
Na esperança de um saber
Deparamos com surpresa
Na essência de cada ser.

Nem as agruras da vida
Que até nós trazem o luto
Destroem certos sorrisos
Francos, sinceros, singelos
Num momento em que esqueço
Quão brancos estão meus cabelos!

Conheci-te sempre assim
Menina que foste um dia.
E nesse sorriso eu revejo
Agora mulher que és
A nossa ousada rebeldia
Que afasta qualquer revés.

(Aníbal Panza)

#contemplação

Num ambiente natural e rupestre
Fomos atraídos pelo canto
Invulgar de uma sereia.
Ao longe vês o mar
Esse mesmo que por ali
De rompante
Consegue molhar-me os pés.

A contemplação é uma viagem
De um mundo onde a incerteza
Faz da partida
Um projeto com retorno.

Ouves o silvo da sereia
Que seduzindo vai deixando
A porta aberta de um futuro
Onde a palavra "receio"
Só existe como o berço
Em que nasce a ousadia.

De tudo aquilo
Do que em paz ouves e vês
Está a resposta sem porquês
E o fim...
De um percurso intranquilo!

(Aníbal Panza)





#quemsomosnós?

Há dias assim! Há dias! Há!
Contagiantes, emotivos, desafiantes.
As palavras são o que são
As pessoas são como são
Quem sou eu? Quem é a Lara?
Quem é a Márcia então?

Encontro aqui e ali
Respostas a tais perguntas!
Umas podem ser sonhos
Outras factos reais.
Chego a pensar que nós somos
Especiais... mas iguais aos normais!

A Lara, uma fada madrinha!
A Márcia, mítica Helena de Tróia
E nesta combinação retalhada de emoções
Vamos construindo a vida num mote
Qual castelo de Babel
Onde eu ressurgirei como Beemote.

Assim somos, assim seremos
Selvagens, afetuosos, empáticos
Um homem, duas amigas
Que no âmago da sua essência
De palavras se revestem
Se estimam com reverência.

(Aníbal Panza)

sábado, 14 de julho de 2018

#porquechoras?

"Porque choras Tu?"
A pergunta que te fiz
Quando me apercebi daquela lágrima
Que correu tristonha
Na serenidade do teu rosto!

Sim, porque choras?
Pelo ponto sem retorno
De uma vida formatada
E onde a traição pela calada
Remarca todas as horas!

Sim, porque choras?
Pela falta de coragem
De poderes dizer um não
Em vez da infelicidade de um sim
Que te parte o coração!

Vá lá! Não chores!
Porque nós ambos sabemos
Que chega já amanhã
O fim dessa desconcertante dor
Que dilacera o amor!

Chega! Sabes que estou aqui
Fico à espera de ti!
Não chores mais meu amor!

(Aníbal Panza)
#sem equívocos

Saí de casa sem rumo 
Naquela manhã chuvosa e fria 
Levando as malas bem cheias 
De um amor impossível! 
Não sei se exatas são as palavras 
Agora pronúnciadas. 
Porquê? Porque
O Amor sente-se e vive-se 
O Impossível é aquilo que nos parece 
Que nunca pode acontecer 
Mas que um dia acontece.
Chegado ao destino da viagem 
Cansado, cilindrado pelo desgaste 
De uma passada estonteante
Nada consigo mais dizer
Senão um simplório
"Gosto de ti" - pudera!
Que mais poderia
Do meu ser eu te dizer
Quando no brilho desafiante
De uma maravilhosa paisagem
O Amor é: - uma quimera!
(Aníbal Panza)

quinta-feira, 12 de julho de 2018


#caminhadas
Na incerteza de um tempo que teima em passar
Arrastando-me lenta e suavemente para o mar
Contemplo a mãe natureza que aprimorada se apresenta
Na companhia da esbelta filha que sem temor me acalenta.
Paira uma intimidade no ar que silenciosamente me arrepia
Numa onda de amizade que a todos docemente contagia.
Já com os pés na areia que nada tem de movediça
Admiro enternecido a expressão corporal que me enfeitiça
Inspiram- se por ali os aromas que em silêncio todos comem
Na compreensão absoluta de sensíveis palavras que se exprimem.
(Aníbal Panza)

terça-feira, 10 de julho de 2018

#novedejulho2018

A vida é poesia!
Alguém duvida?

Em modo de sonho
Sebastianico quanto baste
Numa manhã de nevoeiro
Surge o momento risonho
De um encontro primeiro.

A vida é poesia!
Alguém duvida?

Família poética esta
Fonsecas, Alves e Panza
Com diferentes dimensões
Como por aqui se atesta
No definir de inúmeras direções.

A vida é poesia!
Alguém duvida?

Na pureza da magia
De uma amizade sincera
Que só quem a vive sabe
Ficará na memória deste dia
O sabor do pecadinho do abade.

Sem dúvida!
Aconteceu poesia!

(Aníbal Panza)

segunda-feira, 9 de julho de 2018

#diário
Vou! 
Vou caminhando de um modo errante 
Em cada passo que dou em frente. 
Carrego comigo simplesmente a esperança 
Sempre envolta numa certa contradança.
Chego! 
Chego com facilidade onde não quero 
E nesse chegar sinto que desespero. 
Por milímetros há um sentir que de cego 
Não acalma todo o meu desassossego.
Fico! 
Fico como tinha que ficar 
Sem jeito à mercê de um esperar. 
Sei que nada tenho a reaprender 
Já que não é nenhum jogo de perder.
Vou! Chego! Fico! 
Que sina a minha que castigo! 
Ter que silenciar muito daquilo que persigo 
E com o qual na plenitude me identifico!
(Aníbal Panza) 

sexta-feira, 6 de julho de 2018


#ocadeadodachave
Fim de tarde
Bons momentos
Sempre de amor sedentos.
A chave que vai abrir
Um cadeado, cheio de diamantes
Está guardada num porvir
De uma dupla de amantes.
Fim da tarde
Bons momentos
Sempre de amor sedentos.
Marcados pelo ardor
Cimenta-se a relação.
Amanhã será sem dor
O amor que agora é... muito mais que uma paixão.
Fim da tarde
Bons momentos
Porque o amor! Esse? Não se sustenta em lamentos!
(Aníbal Panza)

quarta-feira, 4 de julho de 2018


#asurpreendentechavedePedro

Na noite de S. Pedro apaixonei-me por ti
Que dizer desta invulgar e proibida paixão
Se o tudo em nada se consolida
E a frustração numa atitude teimosa
Permanece incólume e vaidosa.
Das quatro musas que encontrei
Naquele espaço aberto ao entardecer
Apenas pude expressar o que em mim vai
De uma vida socialmente perturbada
Por caprichosos sonhos obstinada.
Abracei, beijei, quase chorei
Nos braços de quem me trata por senhor.
Mas havia em algum olhar um brilho
Que na hora da despedida só eu o sei
O quão sofrido por deixar então fiquei.
(Aníbal Panza)

segunda-feira, 2 de julho de 2018

#fraqueza
Quando calado fico 
Depois de tudo o que acontece 
Sinto que perdi algo de bom. 
Se a tristeza ao fim do dia 
Por momentos dentro de nós 
Nos invade e apodera 
É porque dum gesto de carinho 
Unicamente estava à espera. 
Apenas a fraqueza de espírito 
Faz de mim um trapo velho e gasto 
Sempre que refletindo 
Olho em frente e para o lado 
Já que para trás... 
Ficam as memórias de um passado.
(Aníbal Panza). 
#pensarerrarerrarpensar

Penso e erro e erro e penso
Uma, duas ou três vezes
No pensar o erro vive
No erro nasce o pensar
Que importa se somos livres
De pensar pra não errar
E de errar mesmo com tanto pensar!

(Aníbal Panza)

domingo, 1 de julho de 2018

#pactoassinado

Tempo!
Tempo que me levas ao desespero
Já que tudo em ti
É um segredo guardado
Feito em abraço sincero!

Espaço!
Espaço exíguo que martírio
Sem silêncio
Densamente habitado
O que me deixa em delírio!

Amor!
Amor recíproco no sentir
Incondicional na partilha
Sempre a esvoaçar num olhar
Saído do coração que fervilha.

Pouco é o tempo
Pouco é o espaço
Onde o amor é o convidado.
Deixo as circunstâncias de lado
Há um pacto assinado!

(Aníbal Panza)