terça-feira, 30 de setembro de 2014

Entrega ou ausência

Dizes entregares-te a mim...
juro que por vezes sinto isso.
Só que a ausência no fim
deixa-me a mente em reboliço!

Apaixonada convicta
de um amor movediço,
Deixas que tua  ausência
se afaste de um compromisso!

Por isso a dor de uma lâmina
que ao aproximar-se de ti...
Transforma a dor numa chama...
que te queima um alibi! 

Entregas-te sem te entregar
Na tua presente ausência,
Já nem consigo enxergar
Porquê tanta incongruência! 

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Strip...

A minha alma está parva então não é que há pessoas interessadas em fazer um striptease às contas do primeiro ministro?
Era o que mais faltava!
Querem strips? Procurem os locais onde os possam ter e ver durante o  fim de semana!
Cuscos!

Pardais ou aves de rapina!

Pardais...frágeis animais
que nas searas colheis
sementes e vegetais,
Quero que vós saibais
que comigo conviveis!

O espantalho que ali está
serve para vos despistar
pois aquilo que colheis
custou muito a trabalhar!

Mas...pardais, são mais espécies
Como aqueles que governam,
são pardais que com falácias
nossas vidas nos infernam!

A esses bem gostaria 
de apertar-lhes o pescoço,
mas nunca os tragaria,
não dariam grande almoço! 

Ai como meu peito se aperta
e o coração se amofina.
De ver tantos a clamar
Pois sua vida é incerta
Com tais aves de rapina!

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Esquecimento

O presente poema não é da minha autoria, dedico-o a um senhor que nestes últimos dias revelou um cruel e oportuno esquecimento...

Esquecimento



Esse de quem eu era e era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.

Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei... tateio sombras... que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!

Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...

E desse que era eu meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos...!
(Florbela Espanca)

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Dama da noite

Dama da noite!
Tão triste e tão só,
vagueias por locais pouco iluminados
à procura de pretensos namorados.
Dama da noite!
Da noite fria,
que fazes da tua vida,
uma esperança vazia.
Dama da noite!
Que castigas o teu corpo
com momentos de pretenso prazer...
Dos outros, 
de quem mais haveria de ser?
Dama da noite!
De aromas ébrios
e de alguma violência...
Porque te foi dada tal penitência?
Dama da noite!
Que o dia te ilumine,
na sua luz confortante
e faça sempre de ti
Uma Dama...
Com alma, com chama, com alegria
Uma Dama, 
mais sadia
que a luz do próprio dia! 

terça-feira, 23 de setembro de 2014

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O sonho é...

Quem espera sempre alcança...
Um beijo, uma carícia, um amasso!
Nos olhos semicerrados a esperança,
Já que amar não dá cansaço! 

Na vida, todos nos iludimos
Com nosso olhar entreaberto!
Disfarçamos que dormimos
mas, o sonho é ...ver oásis no deserto! 

Farpas

Diz um ministro da República:"Posso reiterar que não há nenhum objectivo de poupança aqui , mas sim de racionalização", ..,..
Brincamos? Sr Ministro andam a gastar o vosso precioso e oneroso tempo para tão só racionalizar? Ai esta lingua Portuguesa, é que racionalizar significa "Tornar mais eficaz e menos dispendioso" pois, percebi não é o mesmo que poupar. Aldra$#&%.

Em 1625 Alexandre Dumas trouxe três Mosqueteiros para a vida. Em 2014. José e Jorge foram atacados por um enxame de moscas, Uns verdadeiros mourinhos nesta pátria que é a minha, valha-te Jesus!
É tudo uma questão de gramática da nossa língua, estão a ver porque é que os miúdos têm problemas na escola e acabam por agredir a própria língua, quanto mais os profs!

Depois de coisas como estas não se admirem que os jovens se deixem seduzir por novas correntes e cheguem ao estado Islâmico. A Ângela passou a usar a burka por opção (não discuto porque as razões podem ser as mais diversas), o problema é que sem burka eu encontro na rua muitos rostos emburkados.

E para terminar esta farparia. Fiquei aterrado com esta notícia: Um avô matou a própria filha e seus seis netos antes de cometer suicídio 


Deve ser a chegada do Outono.





sábado, 20 de setembro de 2014

Nudez, o "medo" de Maria!

Ai essa palavra "medo"
de ver o corpo nu e engelhado!
Que importa?!
Repara em mim, vê meus dedos
Que percorrendo teu corpo
Vão tocando em todo o lado!
Conforta!?
Claro que sim, diz no fundo a alma tua!
A beleza do teu corpo deixa-me admirado,
Não na nudez da tua pele
Antes na cultura que transportas,
Que me atrai, nunca repele...
Assim te vejo e admiro na rua,
Maria Tu, sempre bela porque nua! 

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Sensualidade

Sabes uma coisa?
Encontrei a sensualidade!
Não foi ela que chamou por mim, não!
Sorrateiramente fui ter com ela!
Ufa! Que calor e bem estar me provocou!
Agora, não deixo de pensar nela!
Lasciva, Orgástica, Voluptuosa, Excitante...
Iludindo os meus sentidos perturbados
Disfarço a sua ausência no meu ser!
Amanhã, sensual eu seja assim,
Deliciando-me com uma permuta!
Eu estar nela e ela em mim!!!

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Sorriso...

A minha amiga Green apeteceu-lhe e deu-me o mote:

No vazio dos meus dias
Na escuridão das palavras
Não sabendo bem porquê,
Abri os olhos... que vi?
Vi ... eras tu, ali estavas!
À minha volta  tudo se iluminou
As paredes deixaram de ser frias
Apenas e só porque sorrias!
Sempre assim, não te cansavas!

Senti que o meu sofrer escondias,
Que a dor te contaminou.
Com teu olhar me dizias.
Nada temas aqui estou!
E eu olhava para para ti
Sem uma palavra falar...
E a imagem que em mim ficou
é que sempre me sorrias!

Por isso agora vos digo
Do fundo do coração
Que às vezes me sinto um mendigo.
Caminhando indeciso.
Mesmo que caia ao abismo
Com olhos que lacrimejam,
Com todo meu estoicismo
Procurarei  teu sorriso!

Assim que o encontrar
Qual tesouro escondido.
Com ele quero ficar.
Não o quero ver partir
Ficaremos sempre os dois,
Até a morte chegar
Num olhar correspondido
Mas sempre, sempre a sorrir!

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

CV


Estava enganado!
No último fim de semana fui brindado com um email que me deixou CV(com vómitos).
Pensava eu que CV significava Curriculum Vitae, pois, deve ser isso "significava" porque nos dias que correm não significa.
Diariamente convivo com jovens que não conseguem emprego nas áreas de formação em que investiram porque são confrontados com "falta de experiência".
Querem enganar-me!
Há quem passe ao lado disto tudo já que a sigla CV surge no dito email conotada com a definição Compadrio Vinculativo.
Ora uma tal comissão de recrutamento da coisa pública emite pareceres sobre candidatos onde diz "perfil adequado com limitações para a função". Até aqui pouco de relevante porque se andamos governados em muitos aspectos por pessoas limitadas para a função, está tudo dito.
Contudo, os meus olhos apercebem-se de: "...dar o salto para outra natureza de", "...perspectiva de aposta na potencialidade, mais do que baseado no valor demonstrado no CV ou na autoavaliação da personalidade", "...devem os outros membros ajudar a desenvolver", e finalmente "...deve reduzir-se o risco de apostas no potencial.
Afinal aposta-se no potencial mas há medo de arriscar no potencial.
Muito gostava de ver as ditas conclusões aplicadas a todos os jovens licenciados  desempregados.
Curriculum Vitae? Que é isso?
Já tenho idade para ter juízo,,,
Desenganei-me!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Lua

Alguma coisa se passa comigo.
Ou será antes contigo?
Procurei-te e não te vi!
Mas sei que estás sempre aí!
A tua rotação sincrónica
numa atracção platónica,
mantêm entre nós distâncias
que gera mil inferências!
Cabeças em ti são muitas
 fazendo coisas esquisitas.
Teimosamente tens fases
repetidas todos os meses.
Dás-me a volta à cabeça
coisa que eu não mereça!
Sem qualquer apocalipse
vais procando eclipse,
que parcial ou total
é sempre algo incidental!
Ora cresces, ora mingas
nunca te mostras piegas.
Bem cheia te ponho à prova,
pois regressas sempre nova!
Na escuridão me perdi
mas na luz, tal repeti...
Lua, que vida a tua!
Sempre nas bocas da rua,
tão exposta e muito nua!
Anda, deixa lá a nuvem
parece que espias alguém
nesse constante vai e vem!
podes bem sair daí,
não te escondas, já te vi!

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Sentidos

O teu olhar sorridente
enlouquece os meus sentidos.
Olhas para mim -sou teu sol!
Abanas teu corpo ao vento
sem nunca soltares um lamento.
Tuas pétalas entrançadas
segredam sonhos vividos
que não consigo ouvir,
Parecem os namorados
quando se beijam escondidos!
És tão belo - meu girassol!
Tocando a tua pele áspera
provocas-me devaneios
Chego a pensar no contraste
entre as rugas dos mamilos
e a aveludada pele dos seios.
Quero cheirar teu perfume,
com aroma tão discreto
que quase me atraiçoou,
na noite em que descobri
naquele quarto secreto
que tu provocas ciúme.
Quando ficas bem corado
e te enches de vergonha
vais baixando a cabeça,
olhas para mim de lado
como que a pensar...vivi!
Abres-te lentamente
para as sementes me dar,
agarro umas com carinho
Outras deixo-as voar
para terrenos desconhecidos.
Eis que é chegada a hora
de sentir teu paladar.
Como és bom - meu girassol!
Por estimular meus sentidos!



sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Momentos

A nossa vida é feita de momentos excelentes, muito bons, bons, medíocres, maus e péssimos. Suficientes ou insuficientes serão todos eles para determinarem o nosso período vital...
A carga que transporto sobre os ombros condiciona-me a luz do dia e traz-me fantasmas e mais fantasmas.
Olho em frente e procuro a fresta de que nos fala Fernando Pessoa:

Fresta

"Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,

Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longínquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado

Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração. "

Fresta de Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"