segunda-feira, 23 de junho de 2014

Cansado do reino!

Cansado que estou do reino
A que chamamos república
Onde ao governo não falta treino
Para acabar com a função pública!

E como isso não basta
Fazem real comédia
onde os maduros da casta
arrasam a classe média....

Alto e pára o baile, acabou-se o meu escrito
Agarro num soneto do Correa Henriques e já está...está tudo dito!!!

Não lamentes, Alcino, o teu estado,
Corno tem sido muita gente boa;
Cornissimos fidalgos tem Lisboa,
Milhões de vezes córnos tem reinado.

Sicheu foi corno, e corno de um soldado:
Marco Antonio por corno perdeu a c′roa;
Amphitrião com toda a sua proa
Na Fabula não passa por honrado;

Um rei Fernando foi cabrão famoso
(Segundo a antiga letra da gazeta)
E entre mil cornos expirou vaidoso;

Tudo no mundo é sujeito á greta:
Não fiques mais, Alcino, duvidoso
Que isto de ser corno é tudo peta.

(José Anselmo Correa Henriques)

11 comentários:

  1. Também eu estou cansada desta pantomina sem fim!

    Beijinhos Marianos, "Maria"! :)

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  2. Já somos dois (mas há mais)...
    Beijinhos Mariados, Maria Tu*** ;)

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  3. OH Maria eu estou sempre contigo,mesmo quando não estou!
    Volto já ok?

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  4. Cansada, furiosa e até envergonhada!!

    beijinhos

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  5. Olá...
    Tu estás cansado e eu tou cansada,também.Farta da perseguição à função pública.Farta do abismo a que é votada a idade média.Farta de tanto baile.
    não conhecia o Henriques...
    Lamentar quase que não vale a pena.
    Detesto gente fidalga,embora digam que também sou.
    Cornos e soldados é que não.Dispenso!!!
    Honrada!Fábulas,,,gosto e prefiro animais.
    Cabrões conheço muitos.
    Queres que fique ou queres que vá?

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  6. São, agora até já pensam em decretar a morte do constitucional...ah, vil tristeza!

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  7. Til...fica!
    Nada se pode comparar contigo:

    "Nada se Pode Comparar Contigo"

    O ledo passarinho, que gorjeia
    D'alma exprimindo a cândida ternura;
    O rio transparente, que murmura,
    E por entre pedrinhas serpenteia;

    O Sol, que o céu diáfano passeia,
    A Lua, que lhe deve a formosura,
    O sorriso da Aurora, alegre e pura,
    A rosa, que entre os Zéfiros ondeia;

    A serena, amorosa Primavera,
    O doce autor das glórias que consigo,
    A Deusa das paixões e de Citera;

    Quanto digo, meu bem, quanto não digo,
    Tudo em tua presença degenera.
    Nada se pode comparar contigo.

    Bocage, in 'Sonetos'

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  8. Olá, "...Simplesmente Maria"

    Autor sem papas na língua e o "Alcino" segue o mesmo caminho. Uma dupla de respeito!

    Abraço

    Olinda

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  9. Obrigada.Como sou obediente,fico...Gosto do Bocage e de pessoas determinadas,assim como tu!
    beijinho*

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...Simplesmente Maria.